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- Publicado em Quinta, 24 Outubro 2013 12:15

Continuando as catequeses sobre a Igreja, hoje gostaria de olhar para Maria como imagem e modelo da Igreja. Fa�o isso retomando uma express�o do Conc�lio Vaticano II. Diz a Constitui��o Lumen gentium: �Como j� ensinava Santo Ambr�sio, a M�e de Deus � figura da Igreja na ordem da f�, da caridade e da perfeita uni�o com Cristo� (n. 63). 1. Partamos do primeiro aspecto, Maria como modelo de f�. Em que sentido Maria representa um modelo para a f� da Igreja? Pensemos em quem era a Virgem Maria: uma mo�a judia, que esperava com todo o cora��o a reden��o do seu povo. Mas naquele cora��o de jovem filha de Israel havia um segredo que ela mesma ainda n�o conhecia: no des�gnio do amor de Deus estava destinada a tornar-se a M�e do Redentor. Na Anuncia��o, o Mensageiro de Deus chama-a �cheia de gra�a� e lhe revela este projeto. Maria responde �sim� e daquele momento a f� de Maria recebe uma luz nova: concentra-se em Jesus, o Filho de Deus que dela se fez carne e no qual se cumprem as promessas de toda a hist�ria da salva��o. A f� de Maria � o cumprimento da f� de Israel, nela est� justamente concentrado todo o caminho, toda a estrada daquele povo que esperava a reden��o, neste sentido � o modelo da f� da Igreja que tem como centro Cristo, encarna��o do amor infinito de Deus. Como Maria viveu esta f�? Viveu na simplicidade das mil ocupa��es e preocupa��es cotidianas de toda m�e, como fornecer o alimento, a vestimenta, cuidar da casa� Justamente esta exist�ncia normal de Maria foi terreno onde se desenvolveu uma rela��o singular e um di�logo profundo entre ela e Deus, entre ela e o seu Filho. O �sim� de Maria, j� perfeito desde o in�cio, cresceu at� o momento da Cruz. Ali a sua maternidade se espalhou abra�ando cada um de n�s, a nossa vida, para nos guiar ao seu Filho. Maria viveu sempre imersa no mist�rio de Deus feito homem, como sua primeira e perfeita disc�pula, meditando cada coisa no seu cora��o � luz do Esp�rito Santo, para compreender e colocar em pr�tica toda a vontade de Deus. Podemos fazer-nos uma pergunta: deixamo-nos iluminar pela f� de Maria, que � nossa M�e? Ou a pensamos distante, muito diferente de n�s? Nos momentos de dificuldade, de prova��o, de escurid�o, olhamos para ela como modelo de confian�a em Deus, que quer sempre e somente o nosso bem? Pensemos nisso, talvez nos far� bem encontrar Maria como modelo e figura da Igreja nesta f� que ela tinha! 2. Vamos ao segundo aspecto: Maria modelo de caridade. De que modo Maria � para a Igreja exemplo vivo de amor? Pensemos em sua disponibilidade para com a prima Isabel. Visitando-a, a Virgem Maria n�o lhe levou somente uma ajuda material, tamb�m isto, mas levou Jesus, que j� vivia em seu ventre. Levar Jesus �quela casa queria dizer levar a alegria, a alegria plena. Isabel e Zacarias estavam felizes pela gravidez que parecia imposs�vel em sua idade, mas � a jovem Maria que leva a eles a alegria plena, aquela que vem de Jesus e do Esp�rito Santo e se exprime na caridade gratuita, no partilhar, no ajudar, no compreender. Nossa Senhora quer trazer tamb�m a n�s o grande presente que � Jesus e com Ele nos traz o seu amor, a sua paz, a sua alegria. Assim � a Igreja, � como Maria: a Igreja n�o � um neg�cio, n�o � uma ag�ncia humanit�ria, a Igreja n�o � uma ONG, a Igreja � enviada a levar Cristo e o seu Evangelho a todos; n�o leva a si mesma � se pequena, se grande, se forte, se fr�gil, a Igreja leva Jesus e deve ser como Maria quando foi visitar Isabel. O que levava Maria? Jesus. A Igreja leva Jesus: este � o centro da Igreja, levar Jesus! Se por hip�tese, uma vez acontecesse que a Igreja n�o levasse Jesus, aquela seria uma Igreja morta! A Igreja deve levar a caridade de Jesus, o amor de Deus, a caridade de Jesus. Falamos de Maria, de Jesus. E n�s? N�s que somos a Igreja? Qual � o amor que levamos aos outros? � o amor de Jesus, que partilha, que perdoa, que acompanha, ou � um amor aguado, como se dilu�sse o vinho com �gua? � um amor forte ou fr�gil, tanto que segue as simpatias, que procura um retorno, um amor interessado? Outra pergunta: Jesus gosta do amor interessado? N�o, n�o gosta, porque o amor deve ser gratuito, como o seu. Como s�o as rela��es nas nossas par�quias, nas nossas comunidades? N�s nos tratamos como irm�os e irm�s? Ou nos julgamos, falamos mal uns dos outros, cuidamos de cada um como o pr�prio jardim, ou cuidamos uns dos outros? S�o perguntas de caridade! 3. Brevemente um �ltimo aspecto: Maria modelo de uni�o com Cristo. A vida da Virgem Maria foi a vida de uma mulher do seu povo: Maria rezava, trabalhava, ia � sinagoga� Mas cada a��o era cumprida sempre em uni�o perfeita com Jesus. Esta uni�o alcan�a o ponto alto no Calv�rio: aqui Maria se une ao Filho no mart�rio do cora��o e na oferta da vida ao Pai pela salva��o da humanidade. Nossa Senhora fez sua a dor do Filho e aceitou com Ele a vontade do Pai, naquela obedi�ncia que d� frutos, que d� a verdadeira vit�ria sobre o mal e sobre a morte. � muito bonita esta realidade que Maria nos ensina: ser sempre mais unidos a Jesus. Podemos perguntar-nos: n�s nos lembramos de Jesus somente quando algo n�o vai bem e temos necessidade ou a nossa rela��o � constante, uma amizade profunda, mesmo quando se trata de segui-Lo no caminho da cruz? Pe�amos ao Senhor que nos doe a sua gra�a, a sua for�a, a fim de que na nossa vida e na vida de cada comunidade eclesial reflita-se o modelo de Maria, M�e da Igreja. Assim seja!
