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- Publicado em Sexta, 25 Abril 2014 13:24

Homilia do papa Francisco durante missa de a��o de gra�as pela canoniza��o do padre Anchieta
Queridos irm�os e irm�s, Nesta quinta-feira da Oitava da P�scoa, em que a luz do Cristo Ressuscitado nos ilumina com tanta clareza, demos gra�as a Deus tamb�m por S�o Jos� de Anchieta, o ap�stolo do Brasil, recentemente canonizado. � uma ocasi�o de grande alegria espiritual. No Evangelho que acabamos de ouvir os disc�pulos n�o conseguem acreditar tamanha a alegria. Olhemos a cena: Jesus ressuscitou, os disc�pulos de Ema�s contaram sua experi�ncia, e depois o pr�prio Senhor aparece no Cen�culo e lhe diz: "A paz esteja convosco". V�rios sentimentos irrompem no cora��o dos disc�pulos: medo, surpresa, d�vida e, finalmente, alegria. Uma alegria t�o grande que "que n�o conseguiam acreditar" � diz o Evangelista. Estavam at�nitos, pasmos, e Jesus, quase esbo�ando um sorriso, lhes pede algo para comer e come�a a explicar-lhes, aos poucos, a Escritura, abrindo o entendimento deles para que possam compreend�-la. � o momento do estupor, do encontro com Jesus Cristo, em que tanta alegria n�o parece ser verdade; mais ainda, assumir o regozijo e a alegria naquele momento nos parece arriscado e sentimos a tenta��o de refugiar-nos no ceticismo, no "n�o exagerar". � um relativizar tanto a f� que acaba por distanciar-nos do encontro, da car�cia de Deus. � como se "destil�ssemos" a realidade do encontro no alambique do medo, da seguran�a excessiva, do querer n�s mesmos controlar o encontro. Os disc�pulos tinham medo da alegria... e tamb�m n�s. A leitura dos Atos dos Ap�stolos fala-nos de um paral�tico. Ouvimos somente a segunda parte da hist�ria, mas todos conhecemos a transforma��o deste homem, entrevado desde o nascimento, prostrado na porta do Templo a pedir esmola, sem jamais atravessar a soleira, e como seus olhos se fixaram nos ap�stolos, esperando que lhe dessem algo. Pedro e Jo�o n�o podiam dar-lhe nada daquilo que ele buscava: nem ouro, nem prata. E ele, que sempre permaneceu na porta, agora entra com seus p�s, pulando e louvando a Deus, celebrando suas maravilhas. E sua alegria � contagiosa. Isso � o que nos diz hoje a Escritura: as pessoas estavam cheias de estupor, e maravilhadas acorriam, e em meio �quela confus�o, �quela admira��o, Pedro anunciava a mensagem. Porque a alegria do encontro com Jesus Cristo, aquela que nos d� tanto medo de assumir, � contagiosa e grita o an�ncio; porque "a Igreja n�o cresce por proselitismo, mas por atra��o"; a atra��o testemunhal que nasce da alegria aceita e depois transformada em an�ncio. � uma alegria fundada. � uma alegria apost�lica, que se irradia, que se expande. Pergunto-me: Sou capaz, como Pedro, de sentar-me ao lado do irm�o e explicar lentamente o dom da Palavra que recebi? Sou capaz de convocar ao meu redor o entusiasmo daqueles que descobrem em n�s o milagre de uma vida nova, nascida do encontro com Cristo? Tamb�m S�o Jos� de Anchieta soube comunicar aquilo que tinha experimentado com o Senhor, aquilo que tinha visto e ouvido d'Ele; e essa foi e � a sua santidade. N�o teve medo da alegria. S�o Jos� de Anchieta tem um hino bel�ssimo dedicado � Virgem Maria, a quem, inspirando-se no c�ntico de Isa�as 52, compara com o mensageiro que proclama a paz, que anuncia a alegria da Boa Not�cia. Que Ela, que naquele alvorecer do domingo insone pela esperan�a, n�o teve medo da alegria, nos acompanhe em nosso peregrinar, convidando todos a se levantarem, para entrar juntos na paz e na alegria que Jesus, o Senhor Ressuscitado, nos promete.Fonte: CNBB