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De maneira geral a humanidade não sabe lidar com o dinheiro. Convivemos com luxo e miséria. Nossas cidades são como o rosto de Cristo “belas no centro, mas, coroadas de espinhos” que são as periferias pobres. O 7º mandamento ordena: “Não roubar” (Dt 5,19). O que é roubado deve ser restituído. “A raiz de todos os males é o amor ao dinheiro” (ITm 6,10) Corrupção e impunidade comprometem o funcionamento do estado. Amar o País, o Estado, a Cidade é exorcizar a corrupção.
Infelizmente somos fracos em ética e forte nas desordens morais. A corrupção tornou-se hábito, cultura, “jeitinho”. O que mesmo interessa é “levar vantagem em tudo”. Em nome da corrupção temos paraísos ficais, tráfico de pessoas, de armas, de drogas. “Os povos da fome se dirigem de modo dramático aos povos da opulência, escreveu Bento XVI. A grandeza de um povo não se mede não pelo número de ricos, mas, pela ausência da fome. Temos um desenvolvimento econômico astronômico e um subdesenvolvimento ético lamentável.
Nossa bandeira ética deve ser o bem comum, as políticas públicas, a opção pelos pobres, a prioridade da saúde e da educação. O Catecismo da Igreja Católica define a corrupção como: “roubo, rapina, fraude, especulação, salário injusto, lucro desonesto, elevação de preços, falsificação de cheques, gastos excessivos, desperdícios, tráfico de pessoas, extorsão, falsificação de documentos, prejuízos de inocentes, processos e contratos falsos, dívidas por má administração” (nº 2534).
A corrupção dos grandes é péssima e a corrupção religiosa é pior que outras, porque é uma injustiça, uma deslealdade que acaba causando morte, fome, prejuízos. Portanto é o império do mal, um pecado social onde as vítimas que mais sofrem são os mais pobres, os pequenos, os mais necessitados. Corrupção é dinheiro sujo que comprova um subdesenvolvimento ético de baixa qualidade.
A falta de ética leva ao cinismo egoísta, à deturpação da consciência e à deformação social fundamentada na ilegalidade, na irregularidade e na impunidade. É um pecado que “clama aos céus” (cf Tg 5,4). A corrupção se auto-sustenta com a instrumentalização das pessoas, a cumplicidade, a mentira. Eis o rosto da iniqüidade social.
Nossos pais nos ensinaram que não devemos nos apossar nem sequer de um alfinete que não é nosso. Eis a beleza da honestidade, da transparência, da lealdade. Os pilares de uma sociedade justa e fraterna são: a justiça, o amor, a verdade e a liberdade. Estes critérios são luzes para o voto ético nas eleições e nas urnas. Em nossos dias aumenta a abstenção dos eleitores. Tal atitude é perigosa para o bem comum. Entre nós este mau hábito deve ser superado. O voto tem muito poder.
A consciência e mobilização social está enfraquecida. A sociedade dá graves sinais de desilusão. O povo não pode esquecer seu poder e seu direito de manifestação e de protesto. Escolas, religiões, mídia têm a obrigação de suscitar a consciência política e participativa do povo. Temos nossa Escola da Fé e Política que tem o objetivo de educar para a justiça, o direito, a política.
Louvável é ação do Ministério Público e especialmente do Gaeco na defesa da dignidade humana e da cidadania. Seu objetivo é estar perto do povo e em favor da transformação social. Precisamos nos articular e criar parcerias para promover a existência digna, a ordem da igualdade, da equidade e da dignidade humana pessoal e social.

O Reino de Deus é um projeto de salvação que inclui a vida, a justiça, o amor, a verdade, a alegria e a paz. O capital mais precioso é o próprio ser humano. Daí o lema: “para ter mais é preciso ser mais”. Diz Bento XVI: “sem homens retos é impossível superar a corrupção”. O bem aventurado João Paulo II escreveu: “ o ser humano não perde sua dignidade apesar de suas fraquezas”. É possível uma Terra sem males e um mundo novo. O ser humano é originalmente bom e tem as condições básicas para ser sempre melhor. A esperança nos leva a acreditar na recuperação das pessoas e do mundo.

                                                                                           Dom Orlando Brandes
                                                                                                    Arcebispo de Londrina

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