O m�s de outubro, como m�s tem�tico, tem duas vertentes. De um lado as Miss�es, que marcam as reflex�es em nossas comunidades. � tamb�m o m�s do Ros�rio, de antiga tradi��o, convidando-nos a uma vida de ora��o contemplativa. Estes dois temas se completam, pois necessitamos de uma densa vida espiritual e de ora��es para vivermos testemunhando Jesus Ressuscitado e anunciando-O �s pessoas do nosso tempo. Somos essencialmente mission�rios. Fixemo-nos hoje no tema das miss�es.A caminhada da Santa Igreja perpassa por v�rias correntes referenciais para levar aos fi�is a plena compreens�o do Reino de Deus. Dentre as correntes que se adota no percurso da caminhada evangelizadora est� a dimens�o mission�ria.Na caminhada hist�rica do Filho de Deus, a Igreja Cat�lica apresenta o m�s de outubro como o m�s das Miss�es. Neste ano apresenta-se com o tema �Miss�o na Ecologia�, que as Pontif�cias Obras Mission�rias (POM) realizam como a Campanha Mission�ria 2011. A tem�tica, como nos anos precedentes, est� diretamente ligada ao tema da Campanha da Fraternidade, iniciativa da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que este ano � �Fraternidade e a Vida no Planeta�. Sempre foi consenso que os v�rios temas durante o ano poderiam ser ligados ou inspirados no tema da Campanha da Fraternidade. Nesse sentido, a Semana Nacional da Vida, come�ando no in�cio de outubro e culminando com o Dia do Nascituro, nos recorda que toda a nossa reflex�o ecol�gica n�o teria sentido sem a preserva��o e o respeito � vida humana.Somos chamados tamb�m a refletir sobre o tema do dia Mundial das Miss�es, que a cada ano o Papa nos sugere. Neste ano, o Papa Bento XVI colocou como tema: �Assim como o Pai me enviou, tamb�m Eu vos envio a v�s� (Jo, 20,21). Notamos, de certa forma, como essa preocupa��o mission�ria est� no cora��o e na mente do nosso Papa. Basta recordar o tema que ele escolheu para a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro: �Ide e fazei disc�pulos entre todas as na��es�.A miss�o fundamental da Igreja � sempre de An�ncio da Palavra de Deus ecoada nos cora��es dos fi�is, testemunhada e vivida, que deve transparecer em toda a vida do povo de Deus. Todos n�s nos tornamos seguidores e mission�rios a partir da Gra�a que de Deus recebemos atrav�s do santo Batismo, que nos impregna a a��o do Esp�rito Santo. A partir do conhecimento da Gra�a de Deus, adotada no cora��o daqueles e daquelas que buscam a solidez da revela��o divina em suas vidas, percebe-se a necessidade da miss�o. Tamb�m � miss�o da Igreja denunciar tudo que � contr�rio � Palavra de Deus, como por exemplo, as injusti�as provocadas � luz de interesses particulares que desnorteiam a caminhada crist�. Dentro do contexto proposto para o m�s das Miss�es no Brasil deste ano, a Igreja ressalta a ingente preocupa��o com a preserva��o do meio ambiente e conscientiza��o ecol�gica.Ser mission�rio � antes de tudo um grande compromisso que o crist�o adota em prol da realiza��o do Reino de Deus, onde as criaturas por Ele criadas devem proclamar e dar testemunho da pr�pria f�, levando ao conhecimento de todas as pessoas a Palavra de vida que cura, liberta e salva. Ser mission�rio �, em primeiro lugar, o ato de assumir a f� por inteiro, numa din�mica viva de acolhimento � pr�pria voca��o.Nestes tempos de tantas dificuldades para a miss�o da Igreja, que sofre persegui��es diversas pelo mundo, n�o � f�cil �fazer disc�pulos�, n�o � simples estar presente na sociedade em que uma minoria preferiria que �se esquecesse de Deus�. Ao discernirmos os �sinais dos tempos�, sentimos como � necess�rio uma �nova evangeliza��o� e a coragem de proclamar em quem n�s cremos, e como s�o importantes para a sociedade os valores proclamados pelos mission�rios.Quando se ouve falar de miss�o ou em ser mission�rio, muitas vezes pensamos que para atuar como mission�rios precisamos ingressar em uma Ordem Religiosa e professarmos os votos para sermos enviados a uma terra distante e trabalharmos na evangeliza��o dos irm�os. H� de se falar que de fato existe este tipo de trabalho mission�rio na vida da Igreja, principalmente de nossos irm�os que d�o a sua vida no an�ncio e no testemunho do Evangelho em lugares que Ele ainda n�o foi anunciado. Mas, em primeiro momento, a miss�o est� de modo nato presente em todos n�s batizados e devemos agir como verdadeiros mission�rios no ambiente em que vivemos, a come�ar pela nossa pr�pria fam�lia e comunidade onde exercemos o nosso apostolado. Ser mission�rio faz parte do nosso ser crist�o.Como j� falado acima, o m�s de outubro � dedicado pela Igreja como sendo o m�s das Miss�es. Nesta oportunidade se fala muito sobre o trabalho mission�rio e a sua devida import�ncia como forma de fortalecimento na f� e na caminhada. N�o � um m�s exclusivo de se fazer miss�es, mas � um momento de refor�ar o trabalho e rezar e ajudar em prol do bom �xito do trabalho dos mission�rios que est�o em miss�o em terras realmente distantes do pa�s ou cidades de origens, e �, tamb�m, oportunidade de fazer com que a nossa miss�o di�ria possa surtir os efeitos necess�rios no cora��o de todos os fi�is, para que caminhem buscando sempre a proximidade com Deus, que � o Criador de tudo e de todos.O Catecismo da Igreja Cat�lica nos exorta: �Tornados filhos de Deus pela regenera��o batismal, os batizados s�o obrigados a professar diante dos homens a f� que pela Igreja receberam de Deus e a participar da atividade apost�lica e mission�ria do povo de Deus� (cf. no. 1270).A miss�o de todos n�s consiste no fato de que temos que abra�ar toda a proposta de Deus feita a n�s desde o momento pelo qual, movido Ele por um amor incondicional, nos deu a vida. Podemos viver a nossa missionariedade em terras distantes ou em nosso pr�prio habitat, aqui no dia-a-dia de nossa Arquidiocese, aonde muitos ainda precisam conhecer Jesus ou redescobri-Lo, sendo que este �ltimo deve sempre ser o motivador maior do nosso ardor mission�rio � de sair de nossas casas e ir ao encontro do irm�o para levar a Boa Nova da Salva��o. Nestes �ltimos meses, e tamb�m neste outubro mission�rio, tantas iniciativas mission�rias perpassam as atividades de regi�es, foranias e vicariatos de nossa Arquidiocese. Isso tudo realizado pelas par�quias como tamb�m por grupos, comunidades e consagrados. Santa Terezinha do Menino Jesus nunca saiu do Carmelo, no entanto foi uma grande mission�ria, movida pelas suas cont�nuas ora��es, seu esp�rito mission�rio que trazia como inquieta��o em seu cora��o e profundo amor a Deus. Seja tamb�m voc� um mission�rio de Jesus Cristo, particularmente neste tempo da Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro (agora com site oficial no ar, o concurso para a logomarca lan�ado e j� inaugurada a sede do comit� organizador) e enquanto estamos unidos aos jovens que anunciam Cristo Jesus pelo nosso pa�s, levando consigo o �cone de Nossa Senhora e a Cruz do Redentor!Dom Orani Jo�o Tempesta, O. Cist.Arcebispo Metropolitano de S�o Sebasti�o do Rio de Janeiro - RJ